Manifestação

Aumento do pedágio é alvo de protestos

Lideranças políticas e comunidade se manifestaram no Capão Seco

Foto: Carlos Queiroz - DP - Na praça do Capão Seco, dezenas de pessoas se manifestaram contra o valor

O aumento das tarifas das cinco praças de pedágio do Polo Rodoviário Pelotas, que entrou em vigor na segunda-feira, foi alvo de protestos nesta quarta-feira (3). Na praça do Capão Seco, entre Pelotas e Rio Grande, dezenas de pessoas se manifestaram contra o valor. Outra manifestação foi registrada em Camaquã.

No Capão Seco, no quilômetro 52 da BR-392, a manifestação ocorreu de forma pacífica na tarde desta quarta-feira e reuniu moradores da comunidade e lideranças políticas de Rio Grande e Pelotas. Uma decisão judicial emitida na noite da terça-feira impediu que o protesto interrompesse o fluxo da rodovia, fazendo com que o ato se concentrasse às margens da pista.

O aumento da tarifa básica de R$ 15,20 para R$ 19,60 foi o principal alvo da manifestação, aliado à possibilidade de prorrogação do contrato de concessão com a Ecosul. "A gente pede para todos os agentes políticos de Brasília que vejam a nossa realidade, que tenham empatia com o povo gaúcho, lembrando que aqui na cidade de Rio Grande fica o único porto [maritmo] do Rio Grande do Sul", disse o vereador Luciano Figueiredo, o Luka (MDB), um dos coordenadores da manifestação.

"Lá em 1998 não tivemos essa mobilização, se deixou passar e o contrato foi assinado. Hoje, nós pagamos o preço do retrocesso", disse o deputado Daniel Trzeciak (PSDB), uma das lideranças da região que têm se mobilizado contra as tarifas do pedágio. "Quem não passa nas rodovias também está pagando o preço quando o filho não tem onde trabalhar, quando tem que ir embora da região, quando um caminhão não vai mais para o Porto de Rio Grande, vai escolher Santa Catarina. Diretamente e indiretamente, todos nós pagamos o preço do retrocesso".

"Nós não queremos a renovação, nós queremos discutir um contrato que seja justo para a sociedade riograndina, para a sociedade pelotense, para a nossa região sul. Nós queremos que o povo pare de sangrar com este absurdo, este verdadeiro câncer que é a Ecosul hoje na nossa região", protestou Halley Souza (PT), suplente de deputado estadual.

O aumento no valor do pedágio pesa sobre todos os moradores da região, sobretudo aqueles que moram próximos das praças e, agora, precisam pagar quase R$ 40 para sair de casa para qualquer atividade cotidiana nas cidades vizinhas. "A gente fica trancado aqui dentro, a gente não tem como levar nossos filhos para a escola, como sair daqui para trabalhar", disse uma das moradoras. "A Ecosul não tem consideração nenhuma com os lindeiros, colocaram um pedágio no nosso quintal e simplesmente mandaram a gente aguentar, ou paga ou fica em casa".

Questionada, a Ecosul respondeu via assessoria de imprensa que respeita a legitimidade de manifestações pacíficas "resguardando a segurança dos usuários e trabalhadores da via e não interferindo na fluidez do tráfego". Diz ainda que o reajuste foi deliberado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) com base no contrato vigente e que "segue à disposição para dialogar com entidades e lideranças sobre todas as melhorias possíveis no atual contrato de concessão."

Prefeitos se mobilizam

A Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), que congrega prefeitos de 21 municípios da região, anunciou que irá ingressar nos próximos dias com uma ação judicial questionando o aumento das tarifas de pedágio. O objetivo, segundo a entidade, é suspender temporariamente a majoração do valor enquanto avalia se o reajuste está em conformidade com a legislação.

"Estamos empenhados em garantir que qualquer alteração nas tarifas de pedágio seja realizada dentro dos parâmetros legais e em benefício da comunidade. Nosso objetivo é garantir equidade e transparência nesse processo", disse Gladimir Quiele, advogado que representa a Azonasul.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Santa Casa de Pelotas projeta melhora financeira para 2024 Anterior

Santa Casa de Pelotas projeta melhora financeira para 2024

Cadela encontrada no pedágio é adotada por funcionária Próximo

Cadela encontrada no pedágio é adotada por funcionária

Deixe seu comentário